terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Toranja.. Lados Errados


Largaram-me a mil metros do chão
Largaram-me porque me agarrei
numa alucinação de vida
que me enchia o coração
e que agora vejo perdida
num cair que já não sei
Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
enquanto sol anuncia o dia
sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...
Perdi-te do lado errado do coração
Eras tu o meu chão...
Enquanto caía a terra rachou
e eu via a queda ainda mais funda
Ao meu lado passava tudo o que passei
comigo a miragem que nada mudou
do voo rasante que nem começou
do tempo apressado que nem reparei
Sinto os meus gestos flutuar, devagar
no último segredo antes do ódio
À minha frente um filme de aves sem voz
e quando as ouvi resolvi gostar
Quando as senti fiquei a amar
ter tentado subir ao cimo de nós
Amei-te do lado errado do coração
Eras tu o meu chão...
Não sei ao que chamam lados do coração
Mas és tu o meu chão...
és tu o meu chão...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Preto e branco





Viver é como andar à chuva sozinho... Às vezes molhamo-nos e ficamos mesmo doentes à séria e outras vezes não... Bem hoje sinto que andei no meio de uma tempestade...numa tempestade tão forte que me abalroou...fez-me cair desamparada, e ficar estendida a levar com a chuva na cara, onde as gotas de chuva se misturaram com as lágrimas que escorriam pela minha face adormecida por tanta dor, confusão, mágoa, desilusão... Queria ter gritado o mais alto possível, pedir ajuda, amparo, um ombro... Mas o vento, a chuva, o barulho ensurdecedor não me deixaram... E assim foi... Aqui fiquei e aqui estou, envolta nesta tempestade que não parece ter fim...

Sozinha...


Perdida...



Triste...



Magoada...



Desiludida...



Extremamente confusa...



Queria não ter memórias...



Queria ser insensível...



Queria não ter de sorrir...



Queria ser invisível...



Queria não pensar...



Queria correr...



Queria chorar...



Queria gritar...



Queria saltar...



Queria fazê-lo até ficar sem forças



Até ficar sem voz...



Queria ser forte...



Queria que me devolvesses os laços e os traços que outrora me roubaste e que agora fazem parte do meu fardo...