terça-feira, 31 de maio de 2011

Experiência a grande conselheira.


Cada lágrima que deito é por saber e não saber.
Saber o que me espera e não saber como evitá-lo.
"Batalhas gigantes virão, travarás duelos contra os mais difíceis e perigosos adversários. Durante toda a jornada estarás em constante guerra com o pior dos oponentes mas poderás sempre contar comigo e com os meus conselhos após cada provação..."
Foi o que ela me sussurrou antes de me empurrar para o combate.
Então olhei em frente e vi o tão temível adversário. Era-me familiar, tão familiar que me recusei a acreditar.
A pouco e pouco apercebi-me que afinal ela não me tinha dado os únicos conselhos que me seriam cruciais nesta demanda.
O meu pior e mais terrível oponente era nada mais nada menos que eu própria e que a luta jamais seria justa.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Passeio.


"Vamos dar um passeio" ouvi-o dizer.

Um pouco cautelosa respondi que "sim, não tenho nada a perder, desta vez vou com cuidado".

Bom e com uma pequena distância entre nós iniciámos o passeio. A cada passo a distância foi encurtando e quando dei por mim íamos de mãos dadas. Os dois de mãos dadas naquele passeio fantástico... e de repente eis que surge um buraco, um buraco grande, fundo, escuro! Então largámos as mãos e afastámo-nos... e numa fracção de segundos a distância ficou maior e a cada passo aumentava cada vez mais e enquanto o via afastar-se cada vez mais via surgir outros que ficavam e continuavam o caminho comigo.

E o passeio continuou... e quando o vi pela última vez no horizonte, bem lá ao longe, inalcançável, só consegui desabafar um triste, pesaroso e envergonhado "Já sabia..." ao que todos me responderam (uns com alguma angústia e pesar outros até com uma pequena ironia e satisfação) "pois já..." e continuámos todos o caminho lado a lado.

A cada passo senti-a cada vez mais próxima, definitivamente estava a aproximar-se e quando dei por mim já estava de mãos dadas novamente, mas desta vez não era a mão quente do amor que se entrelaçava na minha mas sim a mão fria e pesada da tristeza. E num último olhos nos olhos, deixando cair uma lágrima, engolindo o choro, o silêncio, a raiva e todos os outros, lá continuámos o passeio.

Um longo passeio...

Rotina.


Estou deitada de olhos abertos e ainda assim me sinto a dormir.

Estou parada no silêncio mas ainda assim consigo ser abalroada pelos gritos ensurdecedores que só eu consigo ouvir.

Não olho para nada e ainda assim consigo ver o silêncio a correr entre quatro paredes e atropelar-me sem que nenhum de nós tenha qualquer reacção.

Já é de dia.. oh e que dia ! Que dia que deveria ter sido e não é... Pois, é de dia e ainda assim consigo ser engolida pela escuridão.

Sim, é assim, uma espécie de rotina.

Não preciso.


Não preciso que penses.

Não preciso que chores.

Não preciso que abraces.

Não preciso que grites.

Não preciso que reconheças.

Não preciso que ligues.

Não preciso que fales.

Não preciso que lutes.

Não preciso que te importes.

Não preciso que finjas.

Não preciso que sintas falta.

Não preciso que adores.

Não preciso que ames.


Acima de tudo não preciso ... e não quero !